O Partido dos Trabalhadores confirmou na tarde deste sábado (4) a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. O anúncio foi feito pela presidente da legenda, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), durante a convenção nacional do PT, na Liberdade, no Centro de São Paulo. O candidato a vice ainda não foi definido.
“Viemos aqui
para votar no nosso candidato a presidente, Lula. Esse é um momento histórico.
Lula é o nosso candidato a presidente da República”, disse Gleisi.
Participaram do evento lideranças do PT, como a
ex-presidente Dilma Rousseff, o candidato ao governo de São Paulo pelo partido,
Luiz Marinho, o ex-ministro Celso Amorim, o ex-prefeito da capital paulista
Fernando Haddad, o senador Lindberg Farias, entre outros.
Movimentos sociais e entidades sindicais também
marcaram presença, como o MST, o MTST, CUT, Central dos Movimentos Populares,
UNE, entre outros.
Em um momento da convenção, todas as pessoas
presentes colocaram uma máscara com o rosto do ex-presidente Lula e gritaram em
coro: "Eu sou Lula".
As falas das lideranças políticas do PT começaram
com o deputado Paulo Pimenta, líder da legenda na Câmara:
“O Brasil nunca precisou tanto do Lula. (...) O que
está em jogo é muito mais que uma eleição presidencial. “Não tem plano B, não
tem plano C. É Lula livre, candidato e presidente”.
O senador Lindberg Farias afirmou que "está
surgindo um outro PT. Tem que ter um outro programa, mais ousado”. Ele defendeu
reforma política, dos meios de comunicação, união da esquerda, novas alianças.
“Se eles impugnarem a eleição do Lula, a gente vai
até o fim", completou.
O ex-prefeito Haddad afirmou não ter dúvidas
"de que o cenário está configurado. Eles imaginavam que o Lula nao teria
prestígio”. “O povo conhece o Lula. e o que nos temos pela frente é uma batalha
decisiva.”
Lula está preso desde o começo de abril, condenado
em segunda instância no caso do triplex em Guarujá, a doze anos e um mês de
prisão, o que, de acordo com a lei da ficha limpa, o torna inelegível. Mas a
questão precisa ser decidida pelo TSE e só pode ser julgada depois do registro
oficial.
Trajetória de Lula
Ex-sindicalista e metalúrgico, Lula iniciou sua
trajetória como líder político durante o regime militar. Presidiu o Sindicato
dos Metalúrgicos e, em 1980, ao lado de outros líderes, fundou o Partido dos
Trabalhadores.
Principal líder da esquerda brasileira, também
ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e participou do
movimento "Diretas Já".
Antes de se eleger presidente, foi derrotado nas
eleições de 1989, 1994 e 1998 (por Fernando Collor em 1989 e por FHC em 1994 e
1998).
Em 2002, foi eleito presidente da República com o
maior número de votos obtidos por um político até então (mais de 52,4 milhões
de votos).
Reelegeu-se em 2006 e, ao deixar a Presidência, com
87% de aprovação, um dos maiores índices de um presidente. A popularidade o
ajudou a fazer a sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2010.